sexta-feira, 22 de junho de 2007

as igualdades das gentes...

Ele hà umas gentes por ai, que têm o dom de estragar o dia a qualquer emigrante-exilado de partida! Hoje fui com o meu amigo Javier, visitar Garinoain e Catalain, dois pueblos aqui de Navarra. pelo caminho o Javier lembrou-se de parar em casa de uma amiga... cujo nome me olvidei ad eternum, a bela da senhora lá começou a falar até que nos ofereceu um café... ao que eu, exigi solo... lá tive de ouvir uma homilia de meia hora sobre as eminentes causas prejudiciais do cafe solo e a coisa continuou para vergonha do Javier, arrependido da sua brilhante ideia, ao que eu o olhava tentando apazigua-lo. A coisa enveredou pelo caminho do "jovenzinho que vai ser padre... tadinho tão novinho de 23 aninhos não mais..." Ao que eu anui com cara sorridente-pardacenta e com o interior negro como bréu, ainda que eu não faça a mínima de que cor será o bréu! A conversa rola... e os padres deviam casar... ai eu engulo em seco e aperto, dolorosamente o joelho, calando uns palavrões napolitanos, que são os piores que conheço, mas que se aplicavam muito bem á cena! O que vale, é que o Javier não tendo mais buraco para se enfiar, deu por terminada a conferência a solo da senhora. Não sei o que lhe deu, confessa ele. O passeio continuou, em amena cavaqueira, esquecendo o episódio degradante das nossas vidas!
Que raiva que me dá, quando me querem impingir um casamento. As gentes, devem pensar que os seminas, tadinhos, são uns... que não... e por isso vão para padres! Conho!
Mas seu até nem me meto na vida de ninguém, porque teimam em se meter na minha!? É que é muito diferente dizer que a Igreja podia ter o casamento opcional para os padres, de "os padres deviam casar".
Eu por "opção própria" não quis casar.Ponto. Por "opção própria" fui para o seminário.Ponto. Aceitei as condições de querer ser padre.Ponto. As aspas, têm a ver com precisões de fé, que agora não vêm ao caso. Porque teimam, as gentes, em querer impingir-me um casamento!? Detesto este DEVIAM. Se há padres, que quiseram casar muito bem, saem do ofício e são maridos extraordinários. A questão do casamento é disciplinar, não é dogma, para já a Igreja decidiu assim e está decidido! Eu não posso fazer tudo o que me dá na veneta, esta é a condição humana. Não se pode ser, nem fazer muita coisa, só porque queremos, apetece ou desejamos. Esta é uma delas, é uma questão que compete à Igreja. Que cada um tenha lá a sua opinião pessoal, pois bem, agora que queiram me impingir a mim, manedjaketamole! Isto agora é a vontade do freguês queres ver! Ando com mulher para os que querem e deixo a gaja em casa para os que não querem! tô posssessso, com monte de ssssss...

3 comentários:

Comissão de Arte Sacra Diocesana disse...

Apoiado, Concordo plenamente ponto.
Sem Bricadeiras, estou completamente de acordo

Anónimo disse...

Querido amigo, a verdade é que quem se questiona muito e muito sobre esta questão, e que diz a bela da frase "OS PADRES DEVEM CASAR", são sempre os leigos... quem não tem nada a ver com o assunto directamente, as mulheres (sim, porque até há padres bem giros, e lá vem a (não menos) bela da frase "que desperdício"), etc. Quem, como dizes, "por opção própria" optou por outro caminho optou por "comprar" o pacote por inteiro, é isto não é? :)

Anónimo disse...

O que a Igreja decidiu está decidido.

O mais difícil é escolhermos responsavelmente o caminho para a nossa vida.

Ninguém hoje abraça o sacerdócio à força. A escolha deste caminho é o corolário de um longo período de reflexão e discernimento.

A escolha de um caminho é a nossa responsabilidade!

Se alguém não concordar, que se manifeste, mas nada "te turbe, nada te espante", pois a vida é assim mesmo, uma paleta de ideias variadas, algumas certas, outras erradas!

Para quem achar mal o celibato dos padres, explica-se-lhe de quem foi a escolha. E mesmo que esbracejem e contestem, a escolha será sempre de quem escolhe!

Heloísa Preto