sábado, 1 de novembro de 2008

NO MARULHAR DAS FOLHAS DE OUTONO



Começa a sentir-se uma certa agitação no ar, por-que o Menino vem a caminho, e o nosso coração inquieta-se para o receber.
No rescaldo de uma peregrinação, em que visitá-mos um lugar que teve a graça de receber a Mãe da verdadeira Graça, devemos continuar em pere-grinação. Não devemos e não podemos perder a consciência, que somos, sempre, Povo a Caminho.
Deixamos para trás este mês que consagrámos especialmente a Maria, mas saudamos o mês de todos os santos, o mês em que dedicamos particular atenção àqueles que terminaram a sua peregrina-ção na terra. E surpreendentemente volvemos de novo os nossos olhos até Maria, pois é Ela a Rainha dos Santos. É ela que na sua solicitude de Mãe, nos faz lembrar (como em Fátima) daqueles que, já não peregrinando connosco na terra, precisam da nossa oração para entrarem no Céu.
Entra o mês que nos traz o pleno Outono. Sopra o vento, e as folhas sobre a chuva imitam as expedições marítimas das descobertas. Há que partir também cada um de si, para os braços deste Jesus, Senhor e Rei das nossas vidas. O desafio é não se perder no rebuliço que em breve vai inundar os nossos olhos, e descentrarmo-nos do mais importante.
Estamos a caminhar para a vinda d’Ele, mas não podemos esquecer que esta preparação é feita numa gruta de animais. Não nos deixe-mos entorpecer, pelo marulhar das folhas de Outono, e trocar a humilde gruta por um pomposo palácio comercial, mas onde apesar das luzes de natal, não nasce Aquele que se faz Natal.
Voltemos à chuva de Novembro, que nos lave do que não queremos. Que as folhas de Outono nos ensinem a deixar cair o que não é essencial na nossa vida. A santa Maria e aos santos de Deus, entregamos este tempo de preparação, que se quer de santidade para receber o Santo de Deus.