quarta-feira, 30 de abril de 2008

Em Missão...

Hoje, o dia será muito diferente...
Recebi um telefonema bem cedo a dizer "telefonei para me despedir"...
O meu coração, ficou logo preso à saudade, tantas vezes sentida e sempre calada, para que as lágrimas não saibam a sal...
A voz continuou "já sabia que não me ias ligar, por isso mais valia ligar eu", e assim seria, porque nos afazeres do dia a dia, temos prazos para cumprir, e o mais importante fica tantas vezes camuflado, sob o pó do urgente.
Entre gargalhadas, despedi-me da mana Sara, que lá foi para uma missão, numa terra, nesse Brasil agora tão distante.
Nas asas do sonho, que se faz presente, a missão faz-se de novo vida...
Vais gostar Sara, porque é o Senhor quem se faz Missão em e por ti...
E sabe bem ouvir dizer: NÃO ESTOU CONTIGO, ESTOU EM TI!

sábado, 26 de abril de 2008

Só a mim...

Tenho andado com esta expressão na cabeça... só a mim... e tudo isto porquê?
No outro dia estava com uns amigos meus, a falar com um amigo desses meus amigos. No meio da conversa, esse tal disse: "ah, ele fez-me isso porque foi a mim... só a mim..."
Reparei então, que afinal estamos cheios de pequenos patrimónios da natureza, porque já notaram a quantidade de gente especial, ás quais se fazem coisas, só a elas?
Comecei então a tomar atenção a este paradigma, e perdi a conta, as vezes que ouvi a bendita expressão, das duas uma:
1- Só fazemos coisas a pessoas especiais, e ai só fazemos coisas a TI, havendo que edificar milhões de estátuas;
2- Há muita gente que está encerrada no seu umbigo, e pensam que são os reis da cocada preta;
Isto é ignorancia, narcisismo ou é mesmo de gente parva?
Fonte da Imagem: www.pensologoescrevo.globolog.com.br

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Geração do ecrã

Subscrevo:
«Desculpem se trago hoje à baila a história da professora agredida pela aluna, numa escola do Porto, um caso de que já toda a gente falou, mas estive longe da civilização por uns dias e, diante de tudo o que agora vi e ouvi (sim, também vi o vídeo), palavra que a única coisa que acho verdadeiramente espantosa é o espanto das pessoas.Só quem não tem entrado numa escola nestes últimos anos, só quem não contacta com gente desta idade, só quem não anda nas ruas nem nos transportes públicos, só quem nunca viu os 'Morangos com açúcar', só quem tem andado completamente cego (e surdo) de todo é que pode ter ficado surpreendido.
Se isto fosse o caso isolado de uma aluna que tivesse ultrapassado todos os limites e agredido uma professora pelo mais fútil dos motivos - bem estaríamos nós! Haveria um culpado, haveria um castigo, e o caso arrumava-se.
Mas casos destes existem pelas escolas do país inteiro. (Só mesmo a sr.ª ministra - que não entra numa escola sem avisar - é que tem coragem de afirmar que não existe violência nas escolas).Este caso só é mais importante do que outros porque apareceu em vídeo, e foi levado à televisão, e agora sim, agora sabemos finalmente que a violência existe!O pior é que isto não tem apenas a ver com uma aluna, ou com uma professora, ou com uma escola, ou com um estrato social.Isto tem a ver com qualquer coisa de muito mais profundo e muito mais assustador.Isto tem a ver com a espécie de geração que estamos a criar.
Há anos que as nossas crianças não são educadas por pessoas. Há anos que as nossas crianças são educadas por ecrãs.E o vidro não cria empatia. A empatia só se cria se, diante dos nossos olhos, tivermos outros olhos, se tivermos um rosto humano.E por isso as nossas crianças crescem sem emoções, crescem frias por dentro, sem um olhar para os outros que as rodeiam.
Durante anos, foram criadas na ilusão de que tudo lhes era permitido.Durante anos, foram criadas na ilusão de que a vida era uma longa avenida de prazer, sem regras, sem leis, e que nada, absolutamente nada, dava trabalho.E durante anos os pais e os professores foram deixando que isto acontecesse.
A aluna que agrediu esta professora (e onde estavam as auxiliares-não-sei-de-quê, que dantes se chamavam contínuas, que não deram por aquela barulheira e nem sequer se lembraram de abrir a porta da sala para ver o que se passava?) é a mesma que empurra um velho no autocarro, ou o insulta com palavrões de carroceiro (que me perdoem os carroceiros), ou espeta um gelado na cara de uma (outra) professora, e muitas outras coisas igualmente verdadeiras que se passam todos os dias.
A escola, hoje, serve para tudo menos para estudar.A casa, hoje, serve para tudo menos para dar (as mínimas) noções de comportamento.E eles vão continuando a viver, desumanizados, diante de um ecrã.E nós deixamos.»

Alice Vieira, Escritora
Fonte da imagem: RTP

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Semana de Oração pelas Vocações

Esta semana, rezemos especialmente pelas vocações... todas e cada uma.
A propósito disto fui entrevistado... para o programa Lusofonias.

sábado, 5 de abril de 2008

Drave...

Podias ir connosco a Drave.
Acabei por me deixar conquistar e lá fui acampar com o Clã do 415.
Convenci-me que se estamos ao serviço do Povo de Deus, temos de fazer estes pequenos sacrificios, pois é para eles que somos seus ministros... Pelo caminho, repetia vezes sem conta "onde me fui eu meter"...
Por fim, e depois de umas quantas vezes perdidos pelas serras lá encontramos a "terra prometida": Drave.
Ao chegar, deparei-me com um espectaculo deslumbrante. Uma aldeia enterrada no meio da intercepção de vários montanhas... Simplesmente fascinante.

Depois foi toda uma aventura de acampar, a que não estou nada habituado.Mas foi excelente estar com aqueles miúdos fantásticos, que me fazem agradecer a Deus a opção de vida que tomei. Ao Senhor Diácono não faltou nada. Acabo sempre por receber muito mais do que aquilo que dou. É óbvio que também contribui para o êxito da missão. Dado o pouco talento para a armação de tendas e para a culinária, orgazinei duas fogueiras, uma para cada noite, dignas de uma verdadeira noite de S. João. Ou talvez nem tanto...
Na memória, ficam os precalços da carrinha, da chuva e da queda de granizo... No coração, os dias que o 415 me proporcionou, e que por mais que tente não conseguirei retribuir.

Só tenho de agradecer a Deus, o tanto que Ele me dá e que tão pouco mereço.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Passados tres anos...

Faz hoje tres anos, que terminou a sua vida terrena, esse grande homem que foi karol Wojttyla. Quis o Espirito Santo, que este homem fosse o Papa da Igreja Católica e assim nasceu João Paulo II, a 16 de Outubro de 1978, sucedendo a João Paulo I, o Papa do sorriso. Por ventura, foi dele que herdou essa ternura, sorriso e acolhimento, que se tornaram "a sua imagem de marca".
Foi um homem. Apenas um homem. Mas um grande homem, que com as suas fragilidades, soube sempre estar atento à voz de Deus.
Hoje é venerado por milhões de pessoas, mas esquecemo-nos nós, que foi muito contestado, principalmente no principio do seu Pontificado. Soube ser rigido quando tinha de o ser... Alegre ou condescendente quando foi preciso.
Fonte da imagem: www.vatican.va

Hoje também faz tres anos, que a Igreja portuguesa teve mais um Bispo D. Carlos de Azevedo, Bispo Auxiliar de Lisboa... Louvo o senhor por isso... Tive a graça de o ter como professor e orientador da minha tese de Licenciatura, e agora o privilégio de o ter como amigo. Foi o último Bispo Portugues (e com muita probabilidade do Mundo) ordenado no Pontificado de João Paulo II...

Deus tem destas coisas... louvado seja Ele.