sexta-feira, 24 de outubro de 2008

"tempo... esse véu decoroso de horas"

Vou deixando ficar muita coisa nas margens do meu tempo. Tanta coisa: conversas e mensagens com amigos, que ficam a vagear na eternidade do meu pensamento; a visita a minha afilhada mais nova tantas vezes adiada; o tal café prometido que se vai desfazendo nas borras de um futuro que não tem presente. O gosto da pintura traduz-se numa tela manchada, que não tem conclusão à vista; a poesia fica-se num sem numero de versos sem rima.
Só nosso Senhor vai conseguindo arrancar tempo do meu tempo, já que o tempo é sempre tempo dele. No livro, no qual morrem os segundos de tréguas do meu cansaço, li "o tempo, esse véu decoroso de horas" (Expiação-Ian McEwan). Afinal queridos amigos, é só o que me vai separando de vós, um véu de tempo. Tenho e-mails, mensagens, telefonemas para vos fazer; permaneço na desculpa de que me falta tempo, para rasgar o véu deste tempo.

2 comentários:

Anónimo disse...

ao mesmo tempo...ha coisas que o tempo não apaga!
bom trabalho amigo. Tenho-te sempre presente na oração. (de verdade!)

Edu disse...

Compadre, o tempo não pára e o dia de HOJE lembra-nos precisamente isso. Dou graças e louvo a Deus pela vida! Um grande abraço