terça-feira, 3 de julho de 2012

no ventre de uma mãe...

... à amiga Andreia!
No ventre de uma mulher grávida, dois bebés conversam…

O primeiro pergunta ao outro:

- Ouve lá, acreditas na vida após o nascimento?

- Certamente. Algo tem de haver após o nascimento.
Este tempo aqui é muito pouquinho, e talvez estejamos aqui principalmente porque nós precisamos nos preparar para o que seremos mais tarde.

- Ah! Disparate. Não há vida após o nascimento. Não pode. Em primeiro lugar que provas tens dessa vida? Como é que é possível sobreviver ao nascimento? E já agora, como é que seria essa vida?

- Bem. Eu não sei exactamente como será, mas certamente haverá mais luz do que aqui e possamos usar os olhos.
Talvez caminhemos com nossos próprios pés e comeremos com a boca.

- Isso é um absurdo! Caminhar é impossível, não percebes que jamais teremos força para suportar o peso do corpo, as pernas são finas e frágeis e o corpo é muito maior. E comer com a boca? É totalmente
ridículo! O cordão umbilical é que alimenta, ora se tens o cordão para que necessitas da boca? Efectivamente temos muitos apetrechos corporais que não usamos, evidentemente porque na evolução da nossa espécie se deixou de usar e desaparecerão! Para mais, conforme mostram as evidencias vida após o nascimento está excluída: o cordão umbilical é muito curto, logo impossibilita o caminhar, e comer com a boa e esses disparates.

- Na verdade, certamente há algo, eu sinto, mas talvez seja apenas um pouco diferente do que estamos habituados a ter aqui.

- Mas ninguém nunca voltou de lá, depois do nascimento, para provar a existência dessa vida. O parto apenas encerra a vida, e coloca um ponto final na nossa existência. E afinal de contas, isso a que tu chamas a vida depois do nascimento, nada mais seria, do que a angústia prolongada na escuridão, ou seja, acaba tudo!

- Bem, eu não sei exactamente como será depois do nascimento, mas com certeza a nossa mãe cuidará de nós, e ensinar-nos-á tudo o que precisamos saber.

- Mãe? Mas que Mãe? E onde é que ela supostamente está? E se existe porque é que não aparece aqui e agora?

- Onde? Em tudo à nossa volta! Nela e através dela nós vivemos, sem ela tudo isto não existiria.

- Mas não vês que isso não tem logica nenhuma! Eu nunca vi nenhuma mãe, e para existir ela tinha de estar aqui certo? Por isso, é claro que não existe nenhuma “mãe”.

- Bem eu também nunca a vi, mas às vezes quando estamos em silêncio, posso ouvi-la cantando, ou sinto-a afaga nosso mundo. Por isso é que eu sei que após o nascimento ela nos receberá, e apenas aqui ela nos prepara para a vida verdadeira!


- Sim, sim!
- Verás...
Adaptado de uma versão, que me chou por mail, sem citação de autor.